Sou,
Onde ser é metáfora,
E todo apego já não precisa ser,
Mas está.
Embates de cabo de força;
Forças que quase se anulam.
Sou, entre o aqui e a saudade antecipada, por aqui não poder mais.
Na flexão do verbo:
Entre é e será.
Sou na dureza do fronte,
Entre a certeza de ficar e as possibilidades da partida.
Entre a árvore e o rio.
Sou…
Na fragilidade do asfalto,
Nas antenas, controles;
Em tudo o que sintoniza, interfere, estabiliza.
No pão repartido, nos farelos sobre a mesa;
No vento que espalha para distâncias.
No exame que testa, vestibulares;
Na insegurança que consola o medo;
No medo que estica o tremor das pernas, diante da letra da música.
Sou, no sopro do sabão, que sobe para encarar a tempestade.
No barulho dos surdos.
E, entre as cifras, sou só um acorde.
- Acorde! - diz quem sou.
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