sexta-feira, 10 de abril de 2020

Caravanas Ciganas

Apocalipse.
E eu? danço.
Danço, por já ter dançado na vida, tropeçado, caído, machucado.
Danço, pra bailar.
Danço, dos dois lados do verbo.
Último livro aberto.
E o juízo? Falha.
No insano, falham juízes, justiça, julgamentos.
Sobra dano.
Falha o alfabeto, até zebu.
Nada mais há.
Não há mais lugares. 
Ao redor, reinos derretem, no não.
No não sentido em nada.
Terror flagelado de significados, significantes, signos.
E eu? Eu lá;
Escorpião a bailar. 
Alma em armagedom, ombros para baixo, peito aberto, giro as mãos, acima da cabeça, braços, como vento… a bailar.
Estou a rebobinar, rever, regressar.
No dia da revelação, o extraordinário dos campos devastados vem até a mim, pra se desnudar. 
Abandono exércitos, demito profetas, dou às costas às catástrofes.
E, assim, como magia, como algo que transcende, que a mente jamais entende,
Percebo o céu a transmutar.
E as lágrimas? Chegam, no momento exato, pra fluidificar! 
Meu novo testamento se inicia numa caravana, que sei lá onde vai dar.
Tem choque, tem chuva, chamados… e a roda sempre a girar.
E de “ar” em ar, sem parar de bailar, 
De serva à senhora, tudo há de mudar.
Optcha!!

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