sexta-feira, 10 de abril de 2020

Desencontros na Praça

No repetir da gangorra, 
Repartiram-se:
Nuvens e a lama do parque.
Ora voo, ora queda.
Pensei que gangorra fosse feita pra brincar;
Em cima, embaixo…
Só pra barriga esfriar.
E, tudo, nesse movimento, provocasse conexão.
Pulos certos, harmonia.
Mas há brincadeiras cujas causas compartimentam.
Quatro pés, em jogos de competição.
Dividem sentimentos.
Pois… da fissura que abriu-se em mim;
Nesse brincar, sem graça, no lugar que me venderam como praça,
Forjaram-se partes, que ficaram a se encarar.
Intimidaram-se, em enfrentamentos.
Na conversa, perceberam que precisavam dialogar,
Ambas gostam de bailarinas;
Paixões e gentilezas;
Jardins, equilibristas, nobrezas;
Caixas de música, rosas amarelas, girassóis,
Pés descalços, nos verdes gostos do saborear da pele planta.
Música, oceanos, água doce, 
Amam ouvir o ar, armar apelidos;
Costurar corações partidos.
Perdem-se na variação das luzes, nas horas do dia.
Encontram-se nas palavras,
E, por meio delas, sentem que são magia.
Vendo do que gostam, consegui que dissessem "olá", 
Desse cumprimento, abraçaram-se.
Nunca mais, precisaram em gangorras estéreis pousar.

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