O tempo, dizem os sábios, só existe na compreensão humana.
Hoje, quero nada de compreensão e tudo de humano.
Quero só este instante;
É o que há, de fato.
Viver, sem fim, as horas,
Em que, solitariamente, estou contigo.
Sentir, paralisada, o umedecer da planta;
Matar tua sede com sereno;
Levar-te à boca o orvalho desse frio que queima.
Quero ver subir brasa da terra,
Em dia de madrugada de sol;
Quando o peito se agitar em erupção,
Quero te soletrar os ciclones dos meus abalos;
Desprender em redemoinhos as mãos;
Pousar, no teu colo, toda essa ventania;
Postergar a chuva e, ligeira, apertar o passo,
E apertar o passo, apertar, apertar;
Até que todo o céu escureça e desabe;
Inaugurar o teu batismo.
Ser seu rito de passagem.
Estrear teu grito.
E sentada, te ver nascer.
Meu primeiro contato com textos teus. Gratificante ler e perceber que sentes e dominas as letras que derramas sobre o espaço que dispões. Sigo e pretendo voltar.
ResponderExcluirBj.
Obrigada, Paulo!! Seja muito bem-vindo!! Volte sempre. É maravilhoso poder dividir meus sentimentos.
ResponderExcluirBRAVO!
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