quinta-feira, 26 de maio de 2011

Acima

Não quero prosa, nem poesia.

Prefiro a gravidez do verbo;

Parto normal;

A centelha do primeiro sopro.

Na nudez da frase, quero febre;

E um frio, no ponto final.

Corpo presente,

Olhos vidrados,

Alma bailando.

A explosão de um suspiro, no meio da fala;

Costurar meu peito no teu;

E formar constelação.

Se teus ouvidos calarem meu pranto;

Se tua mente materializar meu riso;

Se tua pele sentir esse corte;

Se essa luz te fizer brilhar;

Então, hei de não querer nada mais.

Nem métrica, nem rótulo,

Nem verso, nem rima;

Porque aí, meu bem,

Estaremos bem, bem acima.

Um comentário:

  1. Mais uma vez parabéns Dani, por este poema em homenagem ao Gilberto... Ele deve ter amado. Conheço Gilberto há muitos anos e tenho uma antologia de poemas dele, que nem mesmo ele tem, achei num sebo e lhe mostrei e ele ficou todo vaidoso... Então deve ter amado este teu belíssimo poema.
    Beijos querida.
    Quando puderes faz uma visitinha no "Flores Selvagens" tá?
    Aí vai o link:
    www.floreselvagens.blogspot.com

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