Só tive que falar de Pablo,
Seguir o teu chamado.
Sim, a poesia é nossa morada, testemunha;
Somos, juntos, o entusiasmo das sementes, solo afora;
Tudo o que existe para a possibilidade.
Consigo, com a força que me toma,
Quase sentir seu toque.
O efeito que me causas arde, no abafar do grito.
Estado de imobilização.
Tremor que cala, suspenso no ar;
Implorar de poros, que te querem tato;
Toda a fome contida na língua.
No sussurro das rosas,
Presas na minha garganta,
Vou longe pra te abraçar.
Espando-me, perco-me, transporto-me.
Reapareço no vermelho do vinho,
Pra te percorrer,
Afrouxar teu riso,
Banhar tecidos,
Inundar as fibras;
Afagar, sutil, os mais esquecidos atalhos.
E ver erguer a glória desse desassossego;
Fazer o álcool inflamar;
Esgotar a água até que tudo vire poça;
Compartilhar fragilidade;
Para só, então, declamar.
Oi Dani adorei este 'Carteiro', que Pablo Neruda tb te deve agradecer. Belissima prosa poética ou poema branco talvez... só sei que ficou muito belo... muito 'personal'.
ResponderExcluirBeijos querida
Anna