A possibilidade da tua existência me comove;
Revigora minha fé;
Achava-me em sonho;
Nessa imensa teia quântica;
Achava-me só;
Não que agora não me ache;
Mas tenho a companhia da sua mão que desenha;
E, mesmo quando, em delírio, suspeito que a profundidade mora na fantasia,
Sinto o cheiro da tua companhia no ar,
Bem vindo, sussuro, com o timbre que já escutaste;
Tenho a tela;
E, nela, pintamos juntos uma enorme represa de afinidades;
E é tão simétrico que eu não arriscaria nada por isso;
Não arriscaria uma voz, um olhar, nem outro prazer sequer;
Não arriscaria pela curiosidade, porque gosto do gato;
E, se depender de mim, ele sobreviverá ao tempo;
Como eu, do jeito que me deva imaginar;
É o que temos;
Quero-te farto, no que puderes me dar:
Inspiração;
Ofereceço-me farta, no que posso apresentar-te de melhor;
Um “cali-ce” ao luar;
A chuva que molhou meu rosto,
Inunda teus olhos, quiçá
Em te contar tudo o que conta;
Pretensão??
Quero dar-te;
Mais que carne, em dia de gula;
Mais que gesto, em dia de fome;
Mais do que um afago, em noite de solidão;
Nesse mundo de pixels, o suficiente é suficiente;
Sabemos, não porque pactuamos,
Somos nós, a-penas;
Quimeras olhares clonados, ateus, agindo certo, sem intenção.